sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Os Cartuchos do ATARI



Boa noite amigos, semana passada eu falei sobre a chegada do Atari ao Brasil em 1983 e o sucesso de venda que os aparelhos fizeram por aqui.
Hoje vamos falar dos Jogos para o Atari que também foram introduzidos no país de forma impar. Uma das grandes caracteristicas dos cartuchos nacionais do Atari, foram as alterações nos códigos dos jogos originais de forma a trocar os nomes e logomarcas das empresas que os produziam. Devemos nesse ponto, dar a mão a palmatória para os engenheiros das industrias nacionais que produziam cartuchos, como a Dynacom e Canal 3, pois alterar codificação nos registradores desses cartuchos deveria ser uma experiencia tão agradavel quanto espetar lâminas de barbear em brasa na pele e depois jogar alcooll por cima, tal complexidade desses circuitos. Os Cartuchos produzidos aqui, ajudaram e muito a consolidar o Atari no Brasil, pois eles eram mais baratos que os cartuchos importados "originais". Para manter esse preço competitivo, as empresas lançaram mão de fatores esteticos como caixinhas de plastico protetora e manuais coloridos, como fatores técnicos, como os contatos que recebiam um banho de niquel no lugar do dourado, isso não signifacava de forma alguma baixa qualidade, uma vez que esses cartuchos funcionavam (e alguns funcionam até hoje) perfeitamente por muitos anos.



A Polivox, fabricante do Atari nacional, sentiu a conc
orrencia, e acabou fazendo uma especie de "merchandise" em um dos capitulos da novela "Transas e Caretas" da Rede Globo, dizendo que somente os cartuchos originais da Atari deveriam ser usados e que cartuchos banhados a niquel eram de baixa qualidade e poderiam estragar o video-game (alguma semelhança com os dias de hoje, e a historia que CDs e DVDs gravados estragam os aparelhos). O que a Polivox não esperava era que a Dynacom e as outras iriam comprar a briga, e obrigaram a Polivox a dar provas de tal informação. Não sei como terminou isso, só sei que os cartuchos nacionais banhados a niquelcontinuaram sendo vendidos sem problemas. Outro fenomeno dos cartuchos do Atari no Brasil, foi sem dúvida as famosas "series" de cartuchos. Cartuchos da "Serie Ouro" e da "Serie Prata", os Cartuchos da "Serie Prata" tinham menor preço que os Cartuchos da "Serie Ouro", surgiram também algumas séries diferenciadas como a "Serie Diamante", quando um jogo era muito procurado, exemplo Decathlon (Também conhecido como "aquele que ferrou o Joystic"), por causa das Olimpiadas de Los Angeles de 1984, eles eram colocados na "Serie Diamante". Embora essas series fossem uma estrategia de mercado para cobrar mais caro pelos jogos, estas serie também tinha um fator técnico, jogos da Serie Prata eram armazenados em Bancos de Registradores de 2 Kb, e os jogos da Serie Ouro tinham Bancos de 4 Kb, o que aumentava o custo de produção devido ao valor dos circuitos.



Outra ousadia dos produtores brasileiros foi a produção de cartuchos com 2 ou com 4 jogos, que eram trocados em chaves cambiaveis no proprio cartucho.
A febre era enorme, os lançamentos de cartuchos eram a noticia entre a garotada, o Atari realmente havia se tornado uma mania nacional, assunto na escola, na rua, no campinho, amigos trocavam cartuchos entre si, essa troca era basicamente o seguinte: Um amigo emprestava um cartucho para outro em troca de outro por um periodo determinado. Bons tempos aqueles, mais como tudo que é bom acaba, vamos ficando por aqui, semana que vem iremos falar da ascenção do Atari nos anos de 1983 e 1984, e da sua queda no chamado "crash" de 1985, prometo oferecer a você leitor o download de um Emulador e diversas Roms do Atari para matar a saudade do video game mais amado do planeta.


* Esse post foi escrito ao som do CD "Os Saltimbancos" de Chico Buarque de Holanda e Luiz Enrique

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